O “bullying” no leonismo. Será que existe?
PDG MJF ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI (*)
O “bullying”
é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que
ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou
mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e
angustia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas. Esta é, em síntese, a
definição desse ato ignóbil.
Diante
do avanço tecnológico, foi criado o “cyberbullyng”,
que é o ato de depreciar, enviar imagens invasivas da intimidade, fornecer ou
adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de
criar meios de constrangimento psicológico ou social.
Aqui
no Brasil o “bullying” ganhou
notoriedade na rede de ensino, envolvendo alunos a partir das salas de aula, de
onde mais de 90% dos casos são registrados.
A situação nas escolas era tão alarmante que, através da lei n.º
13.185/2016, o Governo Federal instituiu o “Programa
de Combate ao Bullyng”. Os objetivos
da lei são: combater o “bullying” em toda sociedade; capacitar docentes e equipes pedagógicas para
implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do
problema; implementar campanhas de conscientização; instituir práticas de orientação dos pais,
familiares e responsáveis diante da identificação das vítimas e agressões; dar assistência psicológica, social e jurídica
às vitimas e aos agressores.
Apesar
da maioria dos casos de “bullying”
ocorrerem na rede de ensino, isto não quer dizer que os mesmos não sejam
registrados e existam fora da esfera escolar.
Existem, sim! A própria lei acima
mencionada define que um dos seus objetivos é prevenir e combater o “bullying” em toda sociedade. Ele existe na indústria, no comércio, nos
sindicatos, nas repartições públicas e nas instituições como um todo.
E
no leonismo, existe “bullying”? Claro que existe! E, embora possa não parecer, os casos não são
poucos.
Dificilmente
algum Companheiro-Leão, Companheira-Leão ou Domadora deixou de ouvir, entre
nós, algumas das seguintes expressões: “Aquele ali só aparece em festas”; “Fulano deixa entrar no clube somente quem
ele quer”; “Cicrano só vive cobrando os
demais mas não faz nada”; “Apesar de ter
deixado a presidência, ele quer continuar mandando”; “Lá vem o companheiro que só vai levando na
onda”; “Aquele CL salta de galho em
galho e se dá bem em qualquer situação”;
“Fulano urra, dá patadas, ameaça mas não é de nada”; “A única coisa que aquele companheiro faz é
dar bronca”; “Aqui no clube aquele CL se
ajeita de acordo com seus interesses”;
“Cicrano é um desagregador”; “Fulano
está deixando de vir às reuniões porque é um acomodado”; “Somente porque foi governador do distrito
ele quer continuar mandando”; “Aquele CL
parece técnico de futebol, que só manda fazer mas não pega no batente”. E por aí vai... Este é o “bullying”
silencioso ou quase anônimo, dito por alguém como se não quisesse nada, muitas
vezes em tom de brincadeira, que se utiliza da fragilidade ou descompromisso de
outra pessoa para subestimá-la sem causa aparente, muitas vezes pelo simples
prazer de ver o outro humilhado.
Mas
o pior de tudo, em nosso movimento, é o “bullying”
imoral e desonesto. É aquele praticado
por um Companheiro que, na individualidade, agride moralmente outro
Companheiro, ameaça-o sem motivo
justificável, abala-o psicologicamente, denigre sua família, abusa do uso de
palavras ofensivas e depois, publicamente, sai dizendo e invoca a tese que
precisamos ter ética no leonismo. Este é
o “bullying” praticado por aquele que
agride gratuitamente e machuca alguém. É
o “bullying” praticado pela ação
repetitiva com a intenção de machucar o outro, seja verbal ou fisicamente.
Precisamos
eliminar a prática do “bullying” que
ainda existe no leonismo, para salvaguardar nosso próprio movimento. O que fazer para evitar? Conversar e escutar atentamente e com
respeito; reconhecer e valorizar
ações; estimular lideranças. Não
podemos fingir que a situação não existe.
Precisamos acabar com a
intolerância. A intolerância é uma
atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade de reconhecer
e respeitar diferenças e opiniões, ou seja, as pessoas não respeitam as
diferenças ou as opiniões dos outros.
Repito,
com a devida vênia, que precisamos fazer o possível e o impossível para acabar
com o “bullying” que infelizmente
também existe no leonismo. E isso só
depende de cada um de nós!
(*) Associado do Lions Clube de Ribeirão
Preto-Jardim Paulista (LC-6)
Ex-Governador 1997-1998 do
Distrito L-17 (atual LC-6)
Membro da AGDL-Associação dos
Governadores dos Distritos Múltiplos “L” Brasil
Confrade do APLIONS-Apaixonados
por Lions
E-mail: andriani.ada@gmail.com