sexta-feira, 9 de outubro de 2015

“ PERDA, RETENÇÃO E AUMENTO

“ PERDA, RETENÇÃO E AUMENTO “





Desde quando ingressei no leonismo, e lá se vão quase 40 anos, um dos assuntos que sempre é abordado, seja em Instruções Leonísticas, seja em reuniões, em palestras de dirigentes e até mesmo em conversas informais entre CCLL, é o de como se conseguir novo associado, de retenção de associado, de como evitar baixas e evasões.

 O assunto é realmente interessante e deve ser abordado e discutido com propriedade, isenção, imparcialidade e realidade. Se fizermos uma pesquisa, vamos ver, pelo menos no período em que estou no LIONS, que temos ingressos, que temos baixas, que temos afastamento e por ai afora. Isto é normal em qualquer entidade e ainda mais hoje, quando a nossa realidade é outra se comparada com tempos anteriores. Equiparado com ingresso esta baixa e renovação é coisa da vida. É consequência natural.

No entanto, quando abordamos este tema, especialmente o de baixa de associados, temos que pensar com racionalidade e analisar tudo que pode acontecer para isso. Não podemos apenas analisar o que leva um associado a sair de um Lions Clube, pondo culpa nas diretorias, nos associados e companheiras (domadoras), como se a culpa fosse exclusivamente deles.

Já ouvimos e lemos muito a respeito, e em muitos casos, realmente o motivo de baixa de um associado, é ligada à falha do próprio clube. Que não se dá a atenção especial ao novo associado, quando passa o “glamour” de uma posse solene; que não se dá liberdade para que ele possa expor novas ideias, que não se dá cargo ou encargo, que .... , que .... e tantos outros ques....

Por mais razão que aqueles que assim pensam possam ter, e não podemos de maneira alguma generalizar, é preciso ter o discernimento necessário para ver e sentir o que levou um determinado companheiro a deixar o movimento.

De uma maneira geral, quase tudo que ouvimos e lemos, é que a culpa é do Presidente, da diretoria, dos associados, das domadoras, enfim que a culpa é do LIONS. Será que é ??   Será que o associado “desiludido” com o leonismo não tem culpa nenhuma ?? Será que ele assimilou o que ser LEÃO, o que é ser COMPANHEIRO, o que é ter COMPROMETIMENTO, o que é lutar pelo NÓS SERVIMOS através do serviço desinteressado ??

Então, voltemos ao início. Ao se fazer um convite oficial para o ingresso no leonismo, temos que ter o devido cuidado de fazer uma análise do candidato. Não basta ele ser amigo do apresentante, vizinho, parente, colega de trabalho, correligionário e conceituado na comunidade e outros requisitos básicos necessários para que uma pessoa possa ser considerada apta para o LEONISMO.  Temos que sentir no candidato a propensão à participação na vida comunitária, na isenção pessoal, se realmente sentimos que ele poderá viver o CÓDIGO DE ÉTICA DO LEÃO, respeitar os PROPÓSITOS DOS LIONS CLUBES e ter o devido comprometimento com a DECLARAÇÃO DE MISSÃO DO LIONS.  Se tem também condições financeiras para arcar com as taxas internacional, distrital, mutua, mensalidade do clube. Temos que sentir no candidato se ele irá realmente entender e viver tudo isso que o NÓS SERVIMOS e o SERVIÇO DESINTERESSADO aliados ao que o COMPANHEIRISMO nos propõe. Tem que entender que estará assumindo deveres e não só direitos. Deveres que inclui, além desta parte financeira, de parte de seu tempo em prol do leonismo, também com sua própria consciência para mostrar que é digno de pertencer a tão nobre instituição, e que sabe respeita-la bem como aos seus futuros companheiros.   E não apenas que está ingressando para agradar o seu apresentante, o seu amigo ou parente, ou pensando em “interesses pessoais, políticos, comerciais etc....” e depois percebe outra realidade, mais pura e idealista.

Por que se não for feita essa análise antes do convite oficial, e convidarmos simplesmente porque faz parte do nosso convívio social, familiar ou até político, a culpa da saída deste companheiro não será exclusivamente do LIONS. A culpa pela saída poderá ser dele mesmo que não conseguiu ver o que se lhe oferecia. A culpa pode ser de algum companheiro que omite alguma informação a respeito do candidato por medo de ser expor e fica naquele tradicional “deixa como está para ver como fica”. Ou então, aceita a indicação, mesmo sendo contrário por razões justificadas e coerentes, para que o clube “aumente o seu número associativo, que é sempre a meta do Governadoria e dos presidentes, de um modo em geral. Como vemos, sempre um “motivo pessoal” pode ser a culpa da evasão.....

 Aqui temos que praticar a amizade como um fim, temos que valorizar o companheirismo, temos que respeitar opiniões, ter que saber analisar com isenção, com imparcialidade, temos que trabalhar desinteressadamente, temos que saber aceitar quando nossa opinião, sobre determinados assuntos ou campanhas, não é a da maioria, e remar juntos pelo bem e interesse comum, e nunca pessoal. Entender que somos uma peça de uma engrenagem que só funcionará bem se todos remarem voltados para uma mesma direção. Entender a importância de fazermos amigos nos clubes vizinhos, no staff de nossa Governadoria, nos clubes de outros distritos, no Lions Internacional, que além de completar a nossa necessidade de convivência, muitas vezes nos oferecem exemplos de vida, de dedicação, de valorização do ser humano, e fazer destes novos relacionamentos, uma extensão de nosso próprio clube e de nossa família. Isto sim, é aceitar LIONS. É respeitar LIONS. É considerar COMPANHEIROS.

COMPANHEIROS, LIONS é um ideal de vida. É uma convivência fraterna voltada para que possamos, como ser humano e integrante de um grupo, darmos exemplos de fraternidade, de solidariedade, de amizade, de aceitação, de comprometimento, de renúncia até, de respeito e de agradecimento. Agradecimento sim. Agradecer o que podemos receber do leonismo se vivermos e praticar estes postulados com intensidade, imparcialidade, com a visão do coletivo e nunca do pessoal. Ai, sim, seremos LEÕES.

Fica aqui este pedido de reflexão, com isenção e respeito. Não vamos culpar apenas o “LIONS” pelas eventuais baixas.  Vamos olhar o LIONS com os olhos verdadeiros da imparcialidade, da isenção de ânimos, do interesse próprio ou coisas do gênero que não podem ocupar espaço no leonismo. Aqui temos que ser uma FAMILIA e como tal, saber ver e entender os problemas, os “defeitos”, as limitações do nossos companheiros, e ser AMIGOS até acima de COMPANHEIROS, se este for apenas um adjetivo e nada mais.

Não quero e nem tenho a mínima pretensão de ser o “dono da verdade”, mas apenas procuro, como sempre procurei, mesmo se muitas vezes não consigo alcançar, olhar, ver e analisar com mais profundidade e clareza, mas fazendo e agindo sempre com esta isenção, tudo aquilo que envolve a convivência de quem procura ser um LEÃO autentico e comprometimento com aqueles ideais que um dia prometi cumprir e viver. Procurando ser acima de acima um COMPANHEIRO LEÃO, um AMIGO, um ombro amigo, um agregador, um conciliador, um imparcial, tudo aquilo que MELVIN JONES nos legou com sua clarividência, com sua sabedoria. Mesmo com todas nossas imperfeições e limitações.  Afinal, se o ideal LEONISTICO não fosse realmente um verdadeiro ideal de vida, não fosse uma porta aberta para a prestação de serviço, um lenitivo para as nossas incompreensões, uma oportunidade para formarmos uma segunda família, não teria sobrevivido ao longo destes 100 anos que irá se completar em 2017.

Pensemos nisso para o bem do LIONS e abracemos o verdadeiro leonismo.

CLMJP ANTONIO DOUGLAS ZAPOLLA
Fundador LC Brodowski


08 de outubro de 2.015

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